5/18/2018

Ciclo das Trevas - A Lança do Deserto

          Esse é o segundo livro da série Ciclo das Trevas de Peter V. Brett e vocês podem ver as opiniões dos outros integrantes do Clube através das resenhas do Mateus, do Felipe e da Vanessa.

O sol está se pondo sobre a humanidade. A noite agora pertence aos demônios vorazes, que se alimentam de uma população cada vez menor, obrigada a se esconder atrás de símbolos esquecidos de poder. As lendas falam de um Salvador: um general que certa vez reuniu toda a humanidade e derrotou os demônios. Mas seria o retorno do Salvador apenas mais um mito? Ahmann Jardir é o líder das tribos reunidas do deserto. Sua lança e sua coroa ancestrais são os argumentos de que precisa para proclamar a si mesmo Shar’Dama Ka, o Salvador. Os habitantes do norte discordam. Para eles, o Salvador não é outro senão o Arlen Bales, Protegido. 
Houve um tempo em que Shar’Dama Ka e o Protegido eram amigos. Agora são adversários violentos e cruéis. Mesmo que antigas lealdades sejam colocadas à prova e novas alianças sejam criadas, a humanidade ainda não tem consciência do aparecimento de uma nova espécie de demônio, mais inteligente e mortal que todos os que existiam até então. Ainda existe luz na escuridão. Use-a para enfrentar os demônios do Ciclo das Trevas.
https://www.skoob.com.br/a-lanca-do-deserto-122317ed135715.html

      Eu estava com uma grande expectativa com relação à condução da história e, após terminar A Lança do Deserto, estou super empolgada para ler a sequência, pois a história tomou um rumo inesperado para mim.

         Enquanto o primeiro livro, O Protegido, foi mais leve, talvez até um pouco superficial, deixando muitas pontas soltas e apresentando os protagonistas de forma individualizada e juntando-os de uma forma um tanto descontextualizada – até  agora não entendi o que o Arlen estava fazendo naquela estrada quando encontrou a Leesha e o Rojer 😒  – o segundo livro é mais intenso, apresenta mais detalhes e traz mais explicações sobre os seres mágicos e o seu mundo.

     A personalidade de Arlen e Jardir são bem trabalhados, assim como a construção do relacionamento de amizade e, agora, de inimizade entre os dois. Jardir acredita ser o Salvador e marcha conquistando povos, subjugando-os às suas ordens. Arlen, por sua vez, ensina e treina o povo para que possam se defender sozinhos e não aceita a ideia de ser o líder deles e muito menos de ser o Salvador. Em meio a tudo isso, Jardir e Arlen se deparam com uma nova espécie de terraítas, com habilidades muito diferentes o que torna-os mais fortes e, inimigos ou não, eles terão em comum esse novo desafio.

        Algo muito interessante nesse livro é como o autor evindencia o poder feminino e o diferencia em cada uma das três personagens que se destacam na história: 

         
1- Leesha usa seu conhecimento, postura moral e preocupação com os outros para comandar seu povo, sua coragem e segurança fazem com que todos confiem nela e a sigam sem questionar; 
2 - Inevera usa, além do seu conhecimento, sua beleza e sedução para influenciar seu marido, assim como todos à sua volta e, consequentemente, direcionar os acontecimentos de acordo com sua vontade; 
3 - Renna é corajosa e destemida e é a única que não tem medo de quem o Arlen está se tornando e muito menos tem medo de ser igual a ele, ela simplesmente se entrega à batalha e a esse homem que há muito lhe fora prometido. 

       Em certos momentos da história, parece que o Ahmann Jardir e o próprio Arlen são apenas coadjuvantes, tendo sua importância marcada apenas pela força física necessária no campo de batalha contra os terraítas.
       
        Além da história em si, que tem todo um desenrolar, o livro traz reflexões quanto à postura de nós humanos. Um exemplo é quando Arlen, diante de um livro que expunha os segredos do fogo - segredos esses que Leesha conhece muito bem - faz a seguinte reflexão:

≪Terão sido os nuclitas a aproximar-nos da extinção≫, pensou ≪ou teremos sido nós próprios a fazê-lo?≫


      Arlen se recusa a ser o Salvador, pois ele defende que os humanos devem lutar pelo que acreditam e tem que se esforçar para resolver seus problemas, o que fica muito claro em um diálogo que tem com Leesha, onde ele diz:


≪Se as pessoas começarem a esperar que resolva todos os seus problemas, nunca aprenderão a resolvê-los por si só.≫


         Questionamentos muito válidos para os dias atuais e reais da nossa existência, não é mesmo?
          

5/01/2018

Bonito, mais que beleza!

Quando falamos de Bonito é impossível não pensar nas belezas naturais do lugar... a água cristalina, os peixes nadando sem pressa do nosso lado, as grutas e rios sem nada igual.

Será que alguém pode imaginar ir para Bonito e sequer fazer um passeio ou visitar um balneário? Pois é! Euzinha fiz isso.

A princípio eu queria sair da cidade e ir para um lugar calmo, onde eu não tivesse compromisso com horário e pudesse fazer tudo em câmera lenta (isso se ao menos eu quisesse fazer alguma coisa 😊). 

Tipo isso! 
Uma rede, pés para cima, um lugar agradável...
E eu encontrei o que procurava na rua principal de Bonito, bem pertinho de tudo, dava para ir andando aonde eu quisesse.
Com um nome muito sugestivo, a Pousada Remanso oferece todo esse conforto, tranquilidade e praticidade que eu procurava com um valor bastante acessível. 

E é claro que eu estava em ótima companhia! 👉
Minha irmã super parceira e amiga (as duas são, mas dessa vez a caçula não pôde ir). Ela também abraçou a ideia de ver Bonito com um olhar diferente e sentir essa cidade charmosa em um ritmo mais lento.
Curtimos cada cantinho dessa pousada super aconchegante com uma mistura de moderno e rústico, tecnologia e natureza. 
E passeamos também. Fomos às compras, claro!!! 

De noite estava fresquinho, super gostoso para caminhar, então fomos aproveitar as luzes da decoração, as várias lojas de artesanato local e os barzinhos próximo à praça da cidade.


Não podíamos ir embora sem antes conhecer um lugar incrível. 
Imagine sentar em um restaurante montado em uma das primeiras construções de Bonito. O dono manteve a estrutura de madeira e o jardim exuberante deixando o local com ar de casa. As árvores frondosas completam o ambiente proporcionando uma sombra agradável.


A Casa do João, além de um espaço maravilhoso, se preocupa não só em servir bem, mas em preservar a natureza e a cultura local, e desenvolve um projeto que recicla materiais e reutiliza-os na decoração do próprio restaurante (como é possível ver no teto na foto ao lado) e dos espaços públicos da cidade. Além disso, também é um museu que agrega objetos que fizeram parte das casas das pessoas que construíram Bonito.

E a comida... como descrever?... Hum! Deu água na boca só de lembrar! 😊

Você não precisa gostar de aventuras aquáticas afinal, então permita-se vivenciar essa experiência. Bonito é uma cidade de interior, com cara de interior, ritmo de interior, mas com uma sofisticação própria!  


2/19/2018

A garota no trem

Uma história muito mais real do que eu imaginava!!!


Um thriller psicológico que vai mudar para sempre a maneira como você observa a vida das pessoas ao seu redor.
Todas as manhãs, Rachel pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, que ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio de galpões, caixas d'água, pontes e aconchegantes casas.
Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus belos habitantes a quem chama de Jess e Jason , Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess na verdade Megan está desaparecida.
Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos. 
Uma narrativa extremamente inteligente e repleta de reviravoltas, A garota No Trem é um thriller digno de Hitchcock a ser compulsivamente devorado.
https://www.skoob.com.br/livro/454388#_=_ 


Esse livro me fez lembrar que na vida, nada é o que parece e, ao mesmo tempo, tudo é semelhante ao que já foi visto e dito muitas vezes.

Rachel é uma mulher aparentemente simples e sem grandes perspectivas e, a princípio, vive uma rotina  que consiste em ir ao trabalho todos os dia e voltar para casa todas as noites. Ela deseja a vida de um casal que mora em uma casa próxima à sua antiga casa e imagina que eles têm o que um dia ela teve: amor, parceria, sonhos... No início podemos até julgá-la por não ter força de vontade para mudar o que ela não gosta, mas aos poucos vamos percebendo que todos os personagens têm suas angústias, medos, problemas, desilusões e nada é o que aparenta.

Apesar de Rachel ser a protagonista da história, duas outras mulheres tem uma participação importante e as três narram suas versões:
- Rachel se entregou ao vício por não superar uma frustração e seu ex-marido tem muito mais responsabilidade com relação a isso do que ela imagina.
- Megan passou por dois traumas que mexeu com sua cabeça e quando finalmente está pronta para seguir em frente, o que parecia ser a solução se torna seu pesadelo.
- Anna está feliz, mas cansada e reconhece que sente saudade da vida que tinha, mesmo se sentindo mal diante das amigas casadas.

A vida dessas mulheres se entrelaçam de tal forma e o desfecho é, ao mesmo tempo, inacreditável, frustrante e fútil, assim como a vida!
Até que ponto somos doentes ou, simplesmente, egoístas?